2005
improviso14
2005
Cinzento vai o dia. Quase que chove, quase que chora na tristeza das paisagens fabrisLer mais...
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improviso 13
2005
Podem atirar um braço na nossa direcção num socorro ligeiro, quase diplomático, mas que poderá muito bem ser a única lufada de ar fresco em muito tempo que o nosso desabafo poderá receber.Ler mais...
Sal do rosto
2005
Tenho um desespero quase mortal que me percorre o corpo por dentro na corrente afiada do sangue. Tenho um novelo de angústia na garganta que não me deixa falar, agora que me apercebo que te posso perder a qualquer instante. Tenho essa angústia tão grande em mim, que a dor se converte cara abaixo, no sal do pão que eu próprio amassei.Ler mais...
Há dias assim, Horácio
2005
Há dias assim – eu sei que não é há, mas sim: existem dias assim, por causa do plural, mas sou eu que estou a escrever e eu é que sei.Ler mais...
improviso 10
2005
A puta da loucura sentou-se quase à minha frente, assim de esguelha à minha direita.Ler mais...
Deitas-me ao chão
2005
Deitas-me ao chão. Não é por gostar de ti, não é por teres esse sorriso que enrola outro sorriso dentro dele como se sorrisses a dobrar numa boa disposição contagiante, não é por teres esse brilho nos olhos que se calhar só eu é que o vejo dessa forma, mas deitas-me ao chão. Ler mais...
Dói cá dentro
2005
Dói cá dentro sentir uma vontade que a razão combate. Dói cá dentro ser frio, quase cruel para alguém que o nosso desejo quer. Dói cá dentro ver um mundo ruir e não o poder salvar, agarrá-lo e puxá-lo para nós. Ler mais...
improviso 7
2005
Quem desce a Calçada de Carriche, do lado direito, existem uns prédios tipo torre forrados a azulejo castanho se não estou em erro. Ao nível de um segundo ou terceiro andar de quem olha para a calçada, existem uns terraços onde as entradas dos blocos convergem delimitadas por gradeamentos enferrujadosLer mais...
Goo
2005
Tudo são esferas que se sobrepõem à minha vontade num quase desespero, numa quase angústia, numa quase tristeza que deixo cair ao lado destes edifícios onde as portas de correr tipo vagão fecharam no interior o calor do dia que trespassando os telhados de zinco ondulado deixaram um sufoco quase mortal a boiar no ar.Ler mais...
despojos do passado
2005
Hoje, precisamente hoje, revolvi os despojos do passado que haviam sido colocados em sacos e caixas para me serem entregues. Apercebi-me então do quanto já vivi. Apercebi-me de como estou velho. Não velho, velho,Ler mais...
improviso 4
2005
Soberbo é o teu silêncio que me leva a provar do meu próprio veneno num sentimento agridoce que me repele e atrai.Ler mais...
nada vem, nada volta
2005
Nada vem, nada volta, tudo é novo,
tudo é uma renovação de tudo o que já se passou, mas tudo é novo, original, tudo é uma nova paixão, tudo é vontade de te abraçarLer mais...
tudo é uma renovação de tudo o que já se passou, mas tudo é novo, original, tudo é uma nova paixão, tudo é vontade de te abraçarLer mais...
improviso 2
2005
Caio nesta corrente de saudades. Sinto o sabor das noites do passado, sinto o cheiro das árvores, dos perfumes nos pescoços desbotados ao fim da noite. Sinto o frio na barriga que sentia por percorrer a noite na marginalidade da adolescência, que de marginal apenas tinha o álcool e as horas impróprias, tardias, nos locais mais estranhos que conseguíssemos encontrar.Ler mais...
improviso 1
2005
Ora aqui estamos nós, sem ter que agradecer muito pela vida que temos. Como dizem os conformados: existem pessoas bem piores, emoldurando o rosto com aquela cara séria como quem acaba de desvendar o segredo de Fátima, Ler mais...
