tabula rasa

t a b u l a r a s a | A l t e r E g o | d e I m p r o v i s o

...deImproviso

a vida é um improviso constante.

b l o g
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T a b u l a R a s a P l a y e r

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improviso 1

Ora aqui estamos nós, sem ter que agradecer muito pela vida que temos. Como dizem os conformados: existem pessoas bem piores, emoldurando o rosto com aquela cara séria como quem acaba de desvendar o segredo de Fátima, terminando depois com um aceno de cabeça com toda a compaixão do mundo por esses pobres coitados de quem falam e não conhecem. Sabem lá eles a vida dos outros, sabe lá tanta gente o que é a verdadeira desgraça, tentam apenas arranjar um bode expiatório que justifique a merda de vida sitiada que têm, e não me venham falar em dinheiro e condições sociais – êh pá, uma pessoa tem que trabalhar, e somos mal pagos e não há tempo para nada e quê, - porque isso é apenas uma pequena parte de todo o bolo. Somos nós que fazemos o que queremos da vida no meio de improvisos, dificuldades, já não falando das condições mais favoráveis. Se cada um se adapta ao que tem, tudo muito bem e é essa uma das grandes características humanas, a capacidade de adaptação, mas quem se resigna ao que é sabendo que poderia ser muito mais, então, desculpem lá, mas esse gajo não merece o cérebro que tem, é preferível doá-lo à ciência, mais vale dar um tiro nos cornos e acabar com a mentira.
Não, agora a sério, é lógico que cada um faça da vida aquilo que quiser, e se lhe quiser pôr termo também é livre para tal, e mesmo muitos daqueles que colocaram termo à vida, enquanto vivos trouxeram algo de novo, tocaram na vida de outros, deixaram a sua marca mesmo que ínfima, criaram algo, e não me refiro à criação dos filhos porque toda a gente sabe que esse é expoente máximo da criação, mas não deveria de haver algo para além disso? Não deveriam de haver novas coisas que pudéssemos criar? Se não qual é o interesse de criar filhos, se não temos nenhum legado para passar? Vamos passar o quê? Os nossos valores, a nossa educação? Óptimo, mas não haverá nada mais? Não sei, se calhar é suficiente mas sinto sempre que poderia haver mais.
A sério que me custa ver por aí tanta gente com tantas capacidades subaproveitadas.

Ora aqui estamos nós numa sonolência que nos condiciona. E basta observar meus amigos, basta observar tudo. Chamem-lhe estar alerta, chamem-lhe Nirvana, chamem-lhe Fé, chamem-lhe Bushido, chamem-lhe Rimbaud, Morrison, Ian Curtis, Mishima, Cobain, Burroughs, Osho... Chamem-lhe o que quiserem, mas a verdade é esta: tudo está em tudo, cada coisa é um conjunto de pequenos fragmentos de tudo.
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