tabula rasa

t a b u l a r a s a | A l t e r E g o | d e I m p r o v i s o

...deImproviso

a vida é um improviso constante.

b l o g
________________________

T a b u l a R a s a P l a y e r

________________________

________________________
PUB




________________________

nada vem, nada volta

Nada vem, nada volta, tudo é novo,
tudo é uma renovação de tudo o que já se passou, mas tudo é novo, original, tudo é uma nova paixão, tudo é vontade de te abraçar e de ser abraçado por esses braços, por essa boca, por esses cabelos negros; ser abraçado por esses olhos, por esse sorriso que mata o velho ser que trago em mim, e que me transforma num novo homem, um homem renascido das suas próprias cinzas, um homem em renovação constante cujo prenúncio de morte é a rotineira linha do quotidiano. Sim, já vos disse isto milhares de vezes, mas é fundamental que vos diga mais umas quantas para perceberem que esta é a minha verdadeira patologia.
A rotina é um vírus cujo antídoto me é inócuo. A rotina é pior do que a morte, pois a morte renova, enquanto que a rotina, essa, é uma prisão que nos aprisiona os sentidos mascarando-os de sorrisos convenientes seguidos de frases subservientes e letais como: vai-se andando, ou, está tudo na mesma graças a Deus, rematando com mais um sorriso automático e doentio.

Tenho náuseas, tonturas, vómitos, por ter isto tudo acumulado no mesmo sítio. E se te quisesse explicar tudo isto, não o conseguiria...
Tenho enjoos tais que adormeço. E ao acordar apercebo-me da febre que temos no desejo dos nossos lábios. O corpo estremece quando pressentimos o outro, o coração cola-se na garganta quando vislumbramos os nossos rostos colados face a face sentindo o cheiro de cada um, tocando com os lábios ao de leve na correnteza do pescoço descoberto, sentindo o macio da nossa pele morena.
Aproximamo-nos numa vontade refreada espicaçando o desejo que nos percorre o corpo dormente num grito mudo que nos assalta o coração, as mãos, os olhos, os sentidos todos.
Somos inundados por uma maré gigante que nos invade todos os poros com os milhares de beijos que desejamos trocar. Somos inundados por uma maré, por um tremor que nos atira ao chão fazendo-nos cair num leito branco, adolescente, sonhador, adulto... E intemporal.
blog comments powered by Disqus
Free Web Hosting