Céus azuis trazem lágrimas - SP
2012
A solidão rasga os tendões da alma quando respiramos o silêncio da madrugada, quando nada nos pode consolar no ermo onde deixamos os braços cair sem vontade. Sentamos-nos no escuro num repouso temporário...
Não existe ninguém por quem gritar. Os telefones que ainda estão ligados, tocam a esta hora num sítio onde não se ouvem, uma cave de paredes grossas e sem portas onde as paredes não têm ouvidos. Sabendo que ninguém atende é como se ninguém existisse.
A solidão rasga estradas a meio interrompendo o trânsito de nós para o mundo. A solidão rasga-nos a roupa do peito numa ansiedade crescente como se rasgar a roupa nos ajudasse a respirar melhor. A solidão rasga cordas vocais, rompe tímpanos numa dor aguda que nos deixa nas mãos cabelos arrancados, um escalpe de raiva auto-infligido e espontâneo.
Não nos diz nada o sofrimento dos outros verdadeiramente, porque não é o nosso, mas quando paramos, quando paramos a sério, desligados da futilidade e dos interesses efémeros, conseguimos vislumbrar o outro lado. E o que fazemos? Dizemos para nós que não temos tempo e seguimos a nossa rotina, porque a rotina é a coisa mais cómoda e segura que temos nos dias de hoje.
Não existe ninguém por quem gritar. Os telefones que ainda estão ligados, tocam a esta hora num sítio onde não se ouvem, uma cave de paredes grossas e sem portas onde as paredes não têm ouvidos. Sabendo que ninguém atende é como se ninguém existisse.
A solidão rasga estradas a meio interrompendo o trânsito de nós para o mundo. A solidão rasga-nos a roupa do peito numa ansiedade crescente como se rasgar a roupa nos ajudasse a respirar melhor. A solidão rasga cordas vocais, rompe tímpanos numa dor aguda que nos deixa nas mãos cabelos arrancados, um escalpe de raiva auto-infligido e espontâneo.
Não nos diz nada o sofrimento dos outros verdadeiramente, porque não é o nosso, mas quando paramos, quando paramos a sério, desligados da futilidade e dos interesses efémeros, conseguimos vislumbrar o outro lado. E o que fazemos? Dizemos para nós que não temos tempo e seguimos a nossa rotina, porque a rotina é a coisa mais cómoda e segura que temos nos dias de hoje.
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