tabula rasa

t a b u l a r a s a | A l t e r E g o | d e I m p r o v i s o

...deImproviso

a vida é um improviso constante.

b l o g
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T a b u l a R a s a P l a y e r

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you have mail

Fiquei sem palavras durante alguns minutos. Tive que ir beber um café e comprar uma garrafa de água (litro e meio para me sustentar o vício).
Ainda respondi ao teu primeiro mail para me dar tempo de me recompor.
A simplicidade é o segredo da força daquilo que escreveste. Está muito intenso. Obrigado por partilhares comigo aquilo que tens tido aí dentro ao longo destes meses. A partilha é o segredo de amar dando sempre o espaço necessário a cada um para respirar. Mas a partilha é darmo-nos a conhecer e se nos conhecermos, diz o Osho num capítulo que li ontem, encontramos o centro da outra pessoa e sobrepomo-nos um ao outro como se fôssemos um só - gostava que também o lesses (OSHO - Livro da mulher).
Aprendi, acerca do espaço que cada um tem de ter, que o nós é breve. Quero dizer que o nós só existe por momentos ao contrário do que julgamos. Normalmente no dia a dia existe o eu e o tu. O nós só existe por momentos quando estamos apenas um com o outro, quando se observa o mar, quando se faz amor, quando se faz uma festa e se troca um olhar, compreendes? Normalmente damos o nós como garantido e isso mata. Normalmente damos o nós como existindo sempre e isso banaliza o que é verdadeiramente sermos nós. Sermos nós é um estado raro, de beleza pura, de amor de felicidade. E é por isso que a felicidade é breve. Ela existe sempre mas com intervalos. Ela existe quando nos beijamos deitados sobre a cama e dizemos o que sentimos através do nosso olhar aberto e sincero que fala de amor através dos nossos olhos. Não precisamos falar para falar. Basta-nos estar e sentir o outro. Mas este é só o princípio do caminho, porque este caminho é doloroso. No entanto, saber que existe este caminho faz-nos acreditar que a felicidade é possível, assim como o amor. E no fundo não interessa com quem, porque amar é mais do que gostar de alguém e não ter medo. Amar é uma forma de estar, de viver intensamente cada momento sem a antecipação de querer ter algo, alguém que nunca será nosso. Mesmo que se viva ao lado de outra pessoa, casado, com filhos, nunca será a outra pessoa nossa.
Não peço que me compreendas. Não para já. Peço-te que te compreendas e que tentes compreender estas palavras que no fundo não são minhas. Peço-te que continues a sorrir sempre, que te lembres que estejas onde estiveres, parte de ti estará sempre comigo porque já fomos nós - mesmo que quisesses já não seria possível arrancar-te cá de dentro.
E enganas-te. Eu quero o teu amor. Apesar de não estarmos juntos da forma clássica a que todos os outros estão habituados e talvez da forma como tu gostarias, o teu lugar em mim está cativo. Mas não te quero segurar, prender, fazer com que não vivas a tua vida e as tuas coisas. Não quero que deixes de viver a tua vida porque tu és sempre tu. É assim que quero o teu amor. É assim que te dou o meu amor.
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