Já não me sinto bem aqui
2008
Quando temos tudo mas existe algo fora de cena, quando algo não faz sentido dentro da vida que temos, quando algo não faz sentido tirando o sentido a tudo o resto...
Nunca imaginei futuro tão calmo no passado como o presente que tenho. Sinto que me foi dada uma segunda oportunidade. Sobrevivi à adolescência, sobrevivi às depressões em que iniciei a vida adulta, herança do rapaz que fui...
A tristeza não tem razão de existir. Apenas existe porque a minha natureza está em mim como a pele que visto e os olhos q trago no rosto e que me mostram aquilo que mais ninguém vê.
A sala estava escura. As velas pouco iluminavam. Porque raio ninguém acende uma luz? Acendam uma luz, bolas! De preferência fluorescente, branca, que ilumine isto com a realidade, de forma crua, para que ninguém julgue que isto é especial ou um sonho, ou uma visão fantástica do sentir. Isto não é nada! Apaguem a música.
Os colchões espalhados pelo chão feitos de almofadas e casacos aconchegavam os corpos dormentes. Todos partilhavam o local, mas ninguém partilhava o que sentia. Era impossível partilhar. Eu já lá estive. É impossível partilhar.
Nada sai de nós. Tudo está seco como a areia de um grito que não passa da garganta. A praia da língua sem mar, um areal seco com um sabor a ressaca substituindo o cheiro da maresia. Os olhos secos pelo sol das velas...
A música que se ouve espalha-se pelo chão numa surdina secreta.
Já não me sinto bem aqui. Dou por mim a beber depressa demais com uma sede que me engasga.
Existem coisas dentro de cada um de nós que estando fechadas não devem ser abertas. Existem sentimentos e emoções, visões, que libertam um sentir e uma imagem tal que uma soberba tristeza nos invade. Será justo esse preço?... O preço de conhecermos mais?
Este é o preço dos insaciáveis. Paga-se cada vez mais por cada vez menos... Paga-se um preço alto demais para se ver e sentir algo que nada nos traz verdadeiramente. Paga-se demais. Pagam alguns com a própria vida antecipando aquilo que mais tarde ou mais cedo todos iremos conhecer.
Já nada faz sentido. Nem o sentir nem a tristeza. Nunca o fez. E agora, cada vez menos. A tristeza consome-nos e destrói todas as noites que já tivemos...
Nunca imaginei futuro tão calmo no passado como o presente que tenho. Sinto que me foi dada uma segunda oportunidade. Sobrevivi à adolescência, sobrevivi às depressões em que iniciei a vida adulta, herança do rapaz que fui...
A tristeza não tem razão de existir. Apenas existe porque a minha natureza está em mim como a pele que visto e os olhos q trago no rosto e que me mostram aquilo que mais ninguém vê.
A sala estava escura. As velas pouco iluminavam. Porque raio ninguém acende uma luz? Acendam uma luz, bolas! De preferência fluorescente, branca, que ilumine isto com a realidade, de forma crua, para que ninguém julgue que isto é especial ou um sonho, ou uma visão fantástica do sentir. Isto não é nada! Apaguem a música.
Os colchões espalhados pelo chão feitos de almofadas e casacos aconchegavam os corpos dormentes. Todos partilhavam o local, mas ninguém partilhava o que sentia. Era impossível partilhar. Eu já lá estive. É impossível partilhar.
Nada sai de nós. Tudo está seco como a areia de um grito que não passa da garganta. A praia da língua sem mar, um areal seco com um sabor a ressaca substituindo o cheiro da maresia. Os olhos secos pelo sol das velas...
A música que se ouve espalha-se pelo chão numa surdina secreta.
Já não me sinto bem aqui. Dou por mim a beber depressa demais com uma sede que me engasga.
Existem coisas dentro de cada um de nós que estando fechadas não devem ser abertas. Existem sentimentos e emoções, visões, que libertam um sentir e uma imagem tal que uma soberba tristeza nos invade. Será justo esse preço?... O preço de conhecermos mais?
Este é o preço dos insaciáveis. Paga-se cada vez mais por cada vez menos... Paga-se um preço alto demais para se ver e sentir algo que nada nos traz verdadeiramente. Paga-se demais. Pagam alguns com a própria vida antecipando aquilo que mais tarde ou mais cedo todos iremos conhecer.
Já nada faz sentido. Nem o sentir nem a tristeza. Nunca o fez. E agora, cada vez menos. A tristeza consome-nos e destrói todas as noites que já tivemos...
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