tabula rasa

t a b u l a r a s a | A l t e r E g o | d e I m p r o v i s o

...deImproviso

a vida é um improviso constante.

b l o g
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T a b u l a R a s a P l a y e r

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polly wants a cracker

Nada é o que parece. Tudo é enganador, tudo é um mundo de fraude incluindo nós próprios. Nós somos partes de um sonho que já tivemos ou que alguém já teve. Somos um conjunto de dias que passam sem vontade de serem nada, somos uma paisagem que passa sob o sol enganador para que possamos sorrir como crianças enganadas, distraídas pelas luzes de natal espalhadas pela baixa da cidade.
Somos nada, aliás somos tudo. Somos tudo excepto a verdade, somos distracções, somos preocupações que na realidade não existem mas que dão sentido ao sentido nenhum das nossas vidas. Somos horários, rotinas, responsabilidades, puzzle infantil que falseia a realidade, que falseia aquilo que julgamos ser.
Nada disto existe, nada destas paisagens existem. Nenhuma destas pessoas existe para si, são apenas figurantes que imaginei. E é isso que sou, um figurante na vida dos outros, uma falsa existência, nada mais.

O papagaio quer uma bolacha de água e sal, mas já se acabaram nos armários todos da cozinha. Os armários estão vazios e os estômagos barulham no silêncio. Mas a fome não existe. Tudo são sonhos, já disse!
Tudo passa num engano precioso. Precioso porque não existem riquezas capazes de o comprar. Primeiro que tudo seria necessário acreditarem nesse mesmo engano, mas não, ninguém acredita, todos julgam que o engano é a verdade. E assim, todos vivem realidades diferentes numa esquizofrenia colectiva. E é isto que o mundo é se lhe tirarmos a simplicidade da existência – sim, porque a existência é estar apenas, num estado de nirvana – tudo o resto é uma esquizofrenia, tudo o resto são múltiplas personalidades espalhadas pelos passeios, pelos automóveis pelos transportes públicos, pelas hortas, pelos cafés, pelos liceus, pelas assembleias, pelas reuniões de condomínio, pelos supermercados apinhados, pelos bares, por todas as luzes em todas as janelas de todos os prédios à noite que vemos passarem lá fora.

Nada é o que parece. Na realidade tudo é quase nada, porque na realidade damos uma importância errada a tudo.
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