tabula rasa

t a b u l a r a s a | A l t e r E g o | d e I m p r o v i s o

...deImproviso

a vida é um improviso constante.

b l o g
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T a b u l a R a s a P l a y e r

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Forgive me my french

Durante três dias e três noites deveria o sono abater-se sobre mim para que esquecesse o mau acordar de que sofro desde ontem ao deitar. Sim, já desde ontem que o desassossego me corrompe o espírito. Maldita culpa, maldito vício do destino que me polui os pulmões da alegria.
Ontem vi-a. E sem pestanejar a saudade deitou cá para fora um gritinho histérico que logo me deixou mal disposto. A verdade é que já não ia bem e a carência uniu forças com as recordações e foi o que foi. Mas depressa me recompus aos olhos dos outros, aliás, os outros nem deram conta, essa é que é a verdade.
Sim, é verdade, já não ia bem, e é essa a razão deste mau acordar que sofro desde ontem ao deitar. Sabem o que custa dizer adeus a alguém de quem se gosta e que nos adora quando esse mesmo adeus parte de nós? Hum? Sabem o que custa partir sabendo que deixamos cacos do peito de alguém a ranger debaixo dos pés? Sabem o que é deixar lágrimas infindáveis? Sabem o que é deixar a esperança morta sobre a lápide fria do desespero de alguém? Sabem o que é voltar a ser tão somente a fonte da desilusão? Sabem o que é ser mais uma vez aquele que deu tudo e que de repente não tendo outro caminho passa a ser aquele que tira tudo? Bem, tudo não, felizmente, porque acredito que muito se ganha mesmo quando se perde. Mais que não seja fica-se a conhecer aquilo que se perdeu, o que não deixa de ser um pau de dois bicos, uma dualidade reconfortante e dolorosa. Passamos a conhecer aquilo que existe mas perdemo-lo na mesma.
Teorias de alcofa, são o que são, nada mais. Porque o que conta é esta merda toda que fica cá dentro e que jamais sairá apesar de se atenuar com o tempo. Terá chegado a altura de parar? Terá chegado a altura de colocar um ponto final?
A verdade é que não me sinto bem. Como é que me poderia sentir bem? Só se fosse insensível, e às vezes quase que era preferível, mas que se lixe, é assim que acho que é correcto ser. “Paga cão que és, de vez em quando, de quando em vez”... E se algum dia me chega uma factura a casa com a contagem da empresa a fazer o acerto de contas das estimativas destes anos, é então que emigro de vez para a Austrália...
Não tendo piada nenhuma, não deixa de ter piada, porque tudo na vida pode ter piada. Basta que estejamos à vontade com as coisas ou completamente fodidos. Forgive me my french.
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