Anjos caídos
2008
Anjo que caíste esta noite por terra nesta saudade infindável... Deita a tua cabeça no meu peito e sente a calma do meu coração neste momento. Sente como se fosse eu agora o teu anjo dando-te a calma e a serenidade. Apaixona-te por mim como se fossemos apenas um homem e uma mulher e nada mais. Apaixona-te e deixa-me ver-te os olhos, ver-te nos olhos negros a luz que irradias com o teu amor. Olha para mim e vê nos meus olhos quem sou e como sou. Vê que nada sou para além do mesmo rapaz que era quando me conheceste. Brincava eu nas traseiras da minha infância, ouvindo as senhoras da renda e do croché numa sombra ali ao lado, quando te vi pela primeira vez meu anjo, entre árvores e um brilho de sol, vestida de mulher, sabendo que assim, perante a tua beleza feminina me encantaria passando a sonhar contigo todas as noites, todos os dias, até aos dias de hoje, em que te sinto a falta, mesmo sendo tu imperfeita nessa beleza perfeita de actriz de cinema europeu. Actriz de todos os filmes que vi anos mais tarde na tv em serões secretos, e em que te amei sabendo que nunca chegarias a fazer parte do elenco da minha vida. Um desejo secreto impossível de acontecer. Sentia-te a falta não sabendo bem porquê meu anjo, numa saudade tremenda que não sabia explicar. E de tanto querer conhecer-te, de tanto te desejar, de tanto sonhar acordado com a perfeição que seriam estas duas metades que somos, acabaste por cair por terra na tua forma feminina abandonando a forma etérea com que apareceste a primeira vez era eu uma criança, e acabaste por te deixar subjugar ao meu amor, e também tu te apaixonaste irremediavelmente por mim. E esse amor que daí nasceu, não o amor que tinhas como meu anjo sempre presente, mas o amor que nasceu à força de me dares aquilo que eu desejava, o amor que quiseste sentir por saber que os anjos também aprendem com os homens, esse amor que quiseste sentir para te sentir viva como nunca te havias sentido, é também esse amor que te faz sentir agora num espaço demasiado pequeno, sempre demasiado pequeno e confinado, porque esse amor quer explodir e trespassar as paredes, as portas e a janelas rasgando as roupas para se poder espalhar em planícies de amor, em campos abertos, em searas e árvores de fruto abandonadas ao calor da tarde. Esse amor é agora uma dor meu anjo, porque é tudo tão pequeno, nada é suficientemente grande para me dizeres aquilo que sentes. As saudades são imensas, o desejo derrete-se aos teus pés como se a lama de um riacho inundasse a terra da tua carne. E eu digo-te ao teu ouvido vendo o brilho dos teus olhos de anjo magoado e ferido, que o desejo que sinto, é todo ele um mar. Um mar de amar imenso, um mar cujos braços, os meus braços, abraçam a terra do teu corpo num casamento perfeito neste planeta onde vieste guiar-me e onde caíste por terra.
Caímos por terra, lado a lado, de mãos dadas como nos livros da adolescência, como nas histórias perfeitas do meu mundo singular. Nas histórias perfeitas do meu mundo singular sofre-se tudo, porque só assim é completo, porque sofrer é amar, é sorrir, é ter medo, é chorar, é rir com uma gargalhada sonora e brilhante como a intensidade do sol. O sol que nos aquece a pele que sentimos nas mãos ao tocar o corpo um do outro. A tua pele, meu anjo, é agora quente, orgânica... E só assim poderemos sentir tudo o que sentimos, porque a orgânica de ser homem e mulher é que nos dá este imenso sentir, este imenso amor aliado a este imenso desejo que tantos ambicionam. Este imenso desejo de te sentir, este imenso desejo que me sintas, que sintas que os corpos falam quando se complementam no êxtase soberbo que é sentires-me dentro de ti, no êxtase apaixonante que é sentir-te, sentir-mo-nos na comunhão perfeita de um amor proibido entre um anjo e um homem que nada mais são do que anjos caídos num mundo de terra e mar banhados por um sol de amor e luz.
Caímos por terra, lado a lado, de mãos dadas como nos livros da adolescência, como nas histórias perfeitas do meu mundo singular. Nas histórias perfeitas do meu mundo singular sofre-se tudo, porque só assim é completo, porque sofrer é amar, é sorrir, é ter medo, é chorar, é rir com uma gargalhada sonora e brilhante como a intensidade do sol. O sol que nos aquece a pele que sentimos nas mãos ao tocar o corpo um do outro. A tua pele, meu anjo, é agora quente, orgânica... E só assim poderemos sentir tudo o que sentimos, porque a orgânica de ser homem e mulher é que nos dá este imenso sentir, este imenso amor aliado a este imenso desejo que tantos ambicionam. Este imenso desejo de te sentir, este imenso desejo que me sintas, que sintas que os corpos falam quando se complementam no êxtase soberbo que é sentires-me dentro de ti, no êxtase apaixonante que é sentir-te, sentir-mo-nos na comunhão perfeita de um amor proibido entre um anjo e um homem que nada mais são do que anjos caídos num mundo de terra e mar banhados por um sol de amor e luz.
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