Ao longo dos anos tenho assistido a um desfile de alcunhas (nickname parade - para os mais fracos em estrangeiro se conseguirem integrar) absolutamente fantástico. Claro que muitas vezes uma alcunha só funciona associada ao rosto de alguém, já que a meu ver, a alcunha é a caricatura que os fracos a desenho fazem de alguém. No entanto, quantas alcunhas não existem que, só por si, são pérolas do achincalhamento e da ridicularia. Pois é, a alcunha só por si, resumida ao seu estado mais básico é uma fonte riquíssima de parvoíce e diversão.

Analisemos alguns exemplos:
-3 pelos. - Alcunha usada em carecas? Não sei! Mas soa a alguém que tem muito pouco de qualquer coisa. Fraquinho, vá.
-Zé coxo, Zé maluco, Zé marreco... - Alcunha associada ao nome próprio de alguém com algum tipo de deficiência física. O nome Zé pode sempre ser alterado para outro diminutivo correspondente ao nome da pessoa. - Só para quem ainda não percebeu como é que funciona a dinâmica das alcunhas.
-Zé barbeiro, Zé do talho, Zé da Carris, Zé polícia... - A mesma coisa que o anterior mas associado a profissões.
-Zé merdas. - Alguém que é... Tipo... Como é que?... Aaaa... Ai, um merdas? Como é que se diz? Alguém que não vale a ponta de um corno, pronto.
-Chico Zé. - Diminutivo que parece alcunha mas não é.
-Pé podre. - Chulé? Diz-vos alguma coisa?
-Cabeça de porco. - Alcunha muito versátil para utilizar em alguém que, ou ressona, ou é feio, ou tem a cabeça grande, ou as narinas largas.
-Zé feio. - Alguém que reúne todas as condições anteriores mas sem qualquer deficiência.
-António Feio*. - Actor.


*Sê feliz onde quer que estejas.